escrito com base na palestra de apresentação do livro de Joe Dispenza em Lisboa a 26/11/2014
Estamos a viver tempos extraordinários em que as pessoas querem, não só saber mais mas querem saber como. Nos últimos 10 anos a pergunta que mais me tem sido feita em público é:
Como é que o fazemos, como é que criamos a vida que queremos ter?
A ciência tem-se tornado a linguagem contemporânea do misticismo. A ciência tem-nos ajudado a desmistificar o místico e os mitos. E a nova ciência da neuroplasticidade, da epigenética e da física quântica todas apontam o dedo para as possibilidades. A ideia de que podemos criar a vida que queremos requer de facto que façamos algo acerca disso. Tomando a informação filosófica que dispomos ou aprendemos, personalizando-a e aplicando-a, podemos criar uma nova experiência, uma nova experiência produz uma nova emoção e com uma nova emoção começamos a dar corpo a essa nova filosofia. E, em todo o mundo, pessoas comuns como vocês estão a fazer o incomum. A mensagem é muito simples: a vossa personalidade está a criar a vossa realidade pessoal (no original – “your personality is creating your personal reality”). E a vossa personalidade tem por base a forma como pensam, como agem e como se sentem. Portanto a personalidade que está aqui sentada hoje chamada EU, criou a realidade presente chamada a vossa vida. Isso significa que se queremos criar uma nova realidade pessoal temos que mudar a nossa personalidade. Significa isto que temos que começar a pensar no que pensamos e mudar isso. Temos que começar a observar como temos agido e modificar isso. E temos que olhar para as emoções que memorizámos e nos mantêm ancorados ao passado e decidir se essas emoções farão parte do nosso futuro.
Muitas pessoas tentam criar uma nova realidade pessoal com a mesma personalidade e isso não funciona. Nós literalmente temos que nos tornar noutra coisa diferente. Ou seja, se continuarmos a pensar da mesma forma todos os dias que passam, esses mesmos pensamentos levam sempre às mesmas escolhas, as mesmas escolhas levam sempre aos mesmos comportamentos, os mesmos comportamentos levam sempre às mesmas experiências e as mesmas experiências produzem as mesmas emoções. E esse sentimento a que chamamos o nosso EU, é que vai conduzir o nosso pensamento. Se continuarmos a fazer isso durante bastante tempo, a nossa biologia mantém-se na mesma, inalterada. Aprisionamos o cérebro a procedimentos muito subtis e continuamos sempre a fazer as coisas da mesma forma.
A maioria das pessoas espera por crises, dramas ou doenças para tomar consciência disto e produzir mudanças. Mas quando lhes ensinamos algo e lhes damos instruções de como o devem aplicar, começam a experienciar a verdade e o resultado dos seus esforços. Quando entramos em processos de mudança, vamos sentir-nos um pouco desconfortáveis, vamos sentir-nos pouco ou nada familiarizados. Iremos sentir incerteza. Mas é precisamente essa situação de desconforto e incerteza que é a situação ideal para começar a criar. A partir de uma certa altura começamos a mudar as percepções e crenças que temos sobre nós próprios.
E afinal o que é uma crença? É um pensamento no qual ficamos a pensar vezes sem conta até que ele fica registado e gravado no cérebro. E a maior parte das crenças tem por base experiências passadas. Assim, para mudar as crenças ou percepções acerca de nós próprios ou da nossa vida, temos que tomar uma decisão com uma tal firmeza que a amplitude dessa decisão provoca que o nosso corpo responda à nossa mente. É neste momento que a escolha que fizémos se torna numa experiência que jamais esqueceremos.
Nos últimos dois anos, eu e a minha equipa temos medido as pessoas a fazer coisas pouco comuns. Temos vindo a medir os seus cérebros através de milhares de “scans”, monitorizando o seu ritmo cardíaco e reparámos que quando sentiam gratidão e alegria, o coração batia de uma forma diferente do que quando sentiam ansiedade e frustração. Medimos a energia na sala durante os nossos workshops. Medimos a energia à volta dos corpos das pessoas durante os seminários, registámos alterações na epigenética dos seus fluidos corporais e assim fizémos história na ciência nos últimos dois anos. Medimos situações e condições que nunca antes tinham sido vistas ou analisadas num contexto clinico. Porque quando começamos a abordar as possibilidades, o cérebro e o corpo literalmente mudam. Mas se continuarmos a fazer as mesmas coisas, a pensar os mesmos pensamentos e a experienciar as mesmas emoções, aquilo ao que chamamos de “normal”, então não veremos grandes mudanças.
Nos últimos dois anos medimos mais de 2000 pessoas e posso-vos garantir sem qualquer dúvida que informação como esta pode produzir transformação nas vidas das pessoas. Este é um tempo incrível para se viver porque tantos sistemas estão a quebrar ou mesmo a cair. O modelo político, o modelo económico, o modelo religioso, o modelo médico, o modelo ambiental, tudo está a começar a mudar, e este é um tempo na história que nós temos que demonstrar uma nova forma de ser e de estar. Por isso escrevi o livro Criar um novo EU, porque as pessoas queriam saber como fazê-lo. E por conseguinte é um livro de como o fazer você mesmo. Por isso a minha recomendação é muito simples: experimentem fazê-lo. Vejam se a técnica funciona convosco. Se alterarem a forma como pensam, a forma como agem, a forma como sentem, isso irá fazer com que a vossa vida mude. E se mudar, vocês tomarão atenção ao que aconteceu dentro de vós e voltarão a fazer o mesmo de novo. Agora a parte mais difícil disto tudo, é tirar o tempo para o fazerem. Arranjar tempo para que o vosso EU tão precioso possa começar a desenvolver este processo.