É mais simples do que o que parece ainda que não seja fácil de colocar em prática.

Aliás, exige precisamente, prática.

Para mudar o mundo basta que mudemos a forma de olhar para as coisas. As coisas para as quais olhamos, estranhamente mudam e os conflitos acabam.

Num mundo onde é cada vez mais difícil lidar com os desafios diários de uma “realidade” que se nos apresenta frequentemente diferente, instável, pouco segura e definitiva, torna-se urgente reconhecer muitas a impossibilidade de mudar os fatores externos, pois em relação a esses pouco podemos fazer, mas sim mudar e reformular a forma como encaramos e lidamos com esses fatores externos.

A PNL (Programação Neurolinguística), campo da psicologia que se foca na reprogramação de pensamento e emoções para atingir a excelência humana, tem como base um pressuposto que diz: “O mapa não é o território” e um princípio que afirma “Percepção é projeção”.

O que está por trás destas afirmações é um conceito muito simples e fácil de entender. Cada um de nós interpreta e julga a realidade externa baseado nas programações internas adquiridas ao longo da nossa vida. Os pais que tivemos, de quem herdamos maneiras de pensar, valores, convicções…, o país onde nascemos e/ou crescemos e do qual bebemos culturalmente (basta ver a diferença que existe entre portugueses e brasileiros, tendo ambos a mesma língua como base), os professores que nos rebaixaram e destruíram a nossa autoestima, ou aqueles que nos enalteceram e nos fizeram acreditar, ajudando a tornarmo-nos grandes homens e mulheres, os grupos de amigos que tivemos ao longo da vida,… Todas estas experiências e memórias criaram o nosso sistema de valores, a nossa maneira única de pensar, de opinar, de reagir.

O problema é que devido a essa programação que nos serviu para desenvolvermos a nossa personalidade e forma de estar na vida, ficámos presos a um “mapa do território”, uma representação cheia de filtros, em vez de ver a imensidão real do território em si. Todos analisamos a realidade baseada em mapas que são limitadores, preconceituosos, julgadores, aceitando toda a realidade que se aproxime da nossa forma de ver o mundo e rejeitando toda aquela que seja diferente.

A realidade é que não existe mapa mais correto que o outro. Todas as formas de ver a vida são válidas e, se conseguirmos pelo menos, despertar uma postura de curiosidade, de nos surpreendermos perante tudo e todos os que são diferentes de nós, estaremos mais habilitados a lidar com todo o tipo de pessoas e situações, aprendendo e crescendo com todos eles. Com isso aumentamos o nosso grau de aceitação e compaixão pelo outro, e isso meus amigos é o primeiro passo para acabar com guerras e conflitos nas nossas vidas em particular e no mundo em geral.

Cristina Gonçalves e Ricardo Laranjeira in Comunicação Mais Eficaz

 

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