Atualmente vivemos um período em que muito se fala de Resiliência. Mas na verdade quando estamos perante algumas audiências, seja em palestras, em workshops ou mesmo nos nossos cursos, poucos sabem o significado desta palavra. De uma forma muito simples poderíamos dizer que é a capacidade que alguém tem de recuperar de algo que aconteceu de uma forma rápida e eficaz. Ou seja, após um período de tensão ou pressão física, emocional ou mental, ter a capacidade de voltar ao estado natural de relaxe que deve ser o normal para cada um de nós.
Pois bem, isso raramente acontece, porque volta a repetir-se o padrão que deu origem aos problemas anteriores, até que o ultrapassemos com a aprendizagem que tem que ser feita. E para aguentar o tempo suficiente para que essa aprendizagem se dê, é preciso o quê? Resiliência.
Para desenvolver isso nos nossos relacionamentos é determinante que consigamos cultivar:
- O autoconhecimento – Todas as tradições espirituais, desde as mais antigas às mais modernas, são unânimes ao referirem que a nossa capacidade de dar resposta aos desafios da vida depende do maior ou menor conhecimento que tenhamos de nós mesmos.
- O sentido pessoal de esperança – Todos conhecemos histórias de superação em que pessoas a atravessar situações dramáticas nas suas vidas, simplesmente se mantiveram firmes e aguentaram para além do que seria razoável a um ser humano. Ao perguntarem-lhes o que as manteve nesse estado, quase todas indicaram como factor crucial para sobreviverem a sua espiritualidade e o amor às suas famílias.
- A capacidade de lidar com os problemas de forma saudável – A pressão por vezes é tanta que as pessoas se sentem esmagadas com solicitações de tantos lados. No relacionamento é onde potencialmente tendem a explodir como forma de escape. Por isso é importante aprender quais os factores que podem ajudar a contornar a situação: praticar exercício físico, dormir as horas suficientes e à mesma hora, cuidar da saúde e da alimentação, reduzir tarefas e compromissos se possível, conviver com outras pessoas e arranjar válvulas de escape para o stress como a meditação, yoga, caminhadas ao ar livre, etc.
- Manter relacionamentos interpessoais fortes – Ter amigos com quem possamos partilhar as nossas preocupações e obter reforço positivo em busca de soluções ou no mero apoio que possam nos dar. Junto deles podemos receber mais informações, aconselhamentos, opiniões, pontos de vista e até mesmo ajuda face ao que estamos a passar.
- Descobrir um sentido pessoal na vida – Sabendo que é difícil responder a esta questão, cabe a cada um encontrar o seu sentido nesta vida, como se ajustar e qual o papel a desempenhar. Na ausência deste sentido todos os nossos relacionamentos se complicam. Cabe então a nós prover um sentido a essas relações vivendo intensamente as experiências em que estamos envolvidos, desfrutando-as e procurando sempre ir para além do aparente em direcção ao significado profundo.
Cristina Gonçalves e Ricardo Laranjeira in Comunicação Mais Eficaz