Estranhamente (ou não), tenho estado num processo constante de ajustamento que já dura há algumas semanas para não dizer mesmo meses. Este processo não é voluntário, tem sido à força para não dizer à bruta. Ou seja, eu acho que devo fazer determinadas coisas para definir o meu caminho nos próximos meses, assegurar a parte financeira da forma que sempre bem fiz. No entanto, no meu subconsciente já pulsam outras coisas, outros temas que quero trabalhar daqui para a frente. Só que a minha racionalização não permite (ainda) que avance para áreas para as quais tenho MEDO de não serem viáveis como modo de vida.
A vida que é sábia, tem-me tirado o tapete e dado “porrada espiritual” de várias formas por não estar a acreditar em mim mesmo. A mais eficaz tem sido através do corpo. Diversas mazelas para eu parar de fazer o que acho que devo fazer para fazer o que devo fazer. Como tenho sido teimoso a vida tem enviado mensagens mais fortes – dores num pé como se tivesse um dedo partido dificultando o andar, uma conjuntivite bacteriano que me deixou sem poder olhar para o computador ou ler, rebentar a placa gráfica do Mac para não trabalhar e, desde ontem, perda da voz. Durante este tempo a minha energia mental e a capacidade de concentração estão em níveis quase Alzaimerianos.
Acabei de cancelar o workshop de Relacionamentos do próximo Domingo. Aceito esta indicação da vida e inscrevi-me para 3 dias de meditação Vipassana (retiro de silêncio total e meditação de cerca de 11 horas por dia) que começa já esta 6ª feira. É mesmo a actividade ideal para quem está quase sem voz. Aproveito para ficar calado e ouvir o que a vida tem para me dizer.
A ver se não levo mais porrada!
Reflexões de Ricardo Laranjeira
19/05/2015