Era uma vez…
Tudo começa assim. Depois, até onde é que estas palavras nos levam é que está a história.
Em todo o mundo e através dos tempos, contamos histórias uns aos outros, pois é a única forma que temos de criar uma imagem EMOCIONAL de uma experiência pessoal e transmiti-la aos outros. Uma história poderá incluir imagens físicas, como fotos ou filmes, a fim de ilustrar a história emocional. Só que, ao fim e ao cabo, o que realmente conta, o que realmente nos define a nós e à nossa mensagem será a história emocional, o que o nosso ouvinte, leitor ou audiência sentirá. Contamos histórias desde tempos imemoriais, cara a cara e ao redor de fogueiras; ilustradas por imagens descritas, ou desenhadas nas paredes das cavernas ou por meio de canções; à família e a estranhos. As histórias envolvem e influenciam. Sem histórias somos nada; somos a soma de todas as histórias em que acreditamos, com base nas que ouvimos, contamos ou imaginamos. Nós envolvemo-nos com histórias todos os dias, desde aqueles vídeos de gatinhos ou cachorrinhos no Facebook, até aos anúncios na TV que evocam emoções; das histórias e autorrevelação que compartilhamos nos nossos relacionamentos com os líderes e celebridades que admiramos e com os quais procuramos aprender mais.
As histórias sempre foram uma parte importante da comunicação humana porque:
Histórias compartilham as nossas experiências e oferecem significado. Os nossos cérebros procuram a história nas experiências para lhes dar sentido. As histórias explicam e nelas aprendemos com as experiências dos outros.
As experiências imaginadas são processadas no cérebro como se fossem experiências reais. Pesquisas neurológicas indicam que nossos cérebros produzem a hormona do estresse (cortisol) durante os momentos tensos de uma história; aqueles vídeos de animais fofos que assistimos libertam oxitocina, a substância química que promove conexão e empatia; um final feliz desencadeia dopamina que evoca esperança e otimismo e por aí se segue.
É através de histórias, a melhor maneira de ensinar, persuadir e entendermo-nos uns aos outros. Lembramos e fazemos conexões com mais facilidade quando informações ou experiências são fixadas numa história. No início da maioria dos relacionamentos, empresariais ou pessoais — e românticos! — por exemplo, usamos histórias para divulgar quem somos e construir conexões.
As histórias conectam-nos uns aos outros e às nossas tradições, lendas e verdades universais compartilhadas. Histórias envolvem as nossas emoções. Compartilhamos entusiasmo, problemas, tristeza e alegria. Eles aumentam nossa compreensão e empatia. As histórias fornecem estrutura e ordem. Eles tornam as ideias e experiências familiares, previsíveis e reconfortantes. As histórias acionam nossa imaginação, explorando a criatividade, a descoberta e a exploração.
Saber como alinhar melhores histórias pode parecer uma ferramenta antiquada nesta era da tecnologia, e de muitas outras coisas que nos levam a pensar diferente. Contudo, as histórias não são menos poderosas. A informação pode persuadir as pessoas, mas não as inspira. Os dados não fornecem significado, experiência ou propósito compartilhados. A Neurociência — e a nossa própria observação das nossas experiências quotidianas, mostram-nos claramente que aprendemos melhor com as histórias com as quais nos relacionamos emocionalmente, os líderes mais eficazes… a publicidade mais eficaz… a arte mais eficaz… até mesmo os relacionamentos mais eficazes constroem-se por meio das histórias. Ou seja, quanto melhor soubermos utilizar-nos do poder subjacente às histórias, mais eficazes e felizes seremos, pois mais fácil será levar os outros a entender quem somos e a que nos propomos, mas também compreender os outros, perceber o que os move e que se propõem. Toda a história aponta para uma mudança futura, cabe a nós criarmos o caminho para lá chegar.
James McSill
Consultor Internacional em Storytelling
Formador e mentor na Certificação Internacional em Storytelling (link para mais informação sobre este curso)