Por vezes ouvimos algumas pessoas a falar sobre um determinado assunto e fica até difícil conseguirmos entender e seguir o que ela está a contar. Não se consegue compreender a sequência dos factos que descreve, onde é que as coisas começam, como se desenvolvem e, por fim, como é que terminam.
Há até situações que são únicas, peculiares, lúdicas, divertidas, incríveis ou até mesmo inacreditáveis mas que ao serem descritas por alguém “sem jeito” para as contar, ficam banais, lugares comuns, chatas, aborrecidas e até mesmo sem graça.
Se pensar um pouco, é fácil reconhecermos exemplos de quando isso acontece. Normalmente acontece quando alguém quer contar uma anedota espetacular que ouviu e procura reproduzir a história como outro a contou. Mas ao não conhecer e fixar a estrutura da história, tudo fica sem graça no final. Alguns de nós que passam por isto na primeira pessoa, dão-se conta que ao se subverter a estrutura da história lhe retiramos todo o impacto que procurávamos ter com ela.
Muitos de nós, já presenciaram aqueles momentos em que ficamos todos sem jeito no final de uma história, esboçando um riso forçado com o objetivo de dar algum conforto à pessoa que conta. E também já todos presenciámos o momento em que alguém decide pegar na anedota que outra pessoa estava a contar de uma forma atabalhoada e ao dar-lhe a necessária estrutura e encenação, arranca gargalhadas na audiência. Quem ouve as duas versões apercebe-se logo que: “Ah, mas isto é outra história!”. Parece que não mas de facto é. Não só é outra história como é de verdade uma história. Sim, porque a primeira versão era um conjunto de acontecimentos relatados com falta de encadeamento, de uma forma desconexa e sem qualquer lógica.
Esta capacidade existe originalmente dentro de todos nós, só que alguns conseguem-no fazer naturalmente devido ao seu tipo de personalidade (extrovertida, divertida, etc), à forma como foram criados, às experiências de vida que tiveram e outras influências. Para outras pessoas há que acordar dentro de si as estruturas das histórias. O Storytelling é uma das formas de o fazer, ensinando-nos, entre muitas coisas, um dos princípios mais elementares que é o do princípio, meio e fim e o que se deve passar nos entremeios. Basta usar algumas das técnicas que se aprendem com esta ferramenta e já teremos os nossos ouvintes a exclamar:
“Ah, mas isso é outra história!”. Sim é verdade, mas também é Storytelling aplicado na vida prática do dia a dia.
Ricardo Laranjeira
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