Alguns anos após a decisão de mudar de profissão, tendo passado inicialmente da Engenharia Física a empresária, para finalmente descobrir e me enquadrar no papel de formadora e terapeuta na área do desenvolvimento pessoal, muitas pessoas perguntam-me frequentemente: “o que é isso da PNL que tu ensinas?” e como qualquer Trainer (formador) em Programação Neurolínguística (PNL) percebe, é sempre difícil responder, pois a PNL pode ser descrita de muitas formas e abrange uma imensidão de técnicas que nos podem ajudar em muitas áreas da nossa vida.
Assim, e após sentir esta dificuldade inúmeras vezes, comecei a perceber que a PNL para mim é mais que uma técnica ou ferramenta, uma certificação ou profissão, é sim uma filosofia de vida. Esta abordagem assenta em 16 pressupostos que são a base da sua aplicação. Estes pressupostos da PNL são como os axiomas da matemática, verdades inquestionáveis, universalmente válidas, muitas vezes utilizadas como princípios na construção de uma teoria ou como base para uma argumentação.
Aplicando e vivendo estes pressupostos diariamente, podemos verificar uma transformação profunda e uma melhoria contínua em todas as áreas da nossa vida. Por agora, vou citar apenas cinco pilares que me parecem ser os fundamentais para começarem a viver de forma mais eficaz.
- O Mapa não é o território: Não vemos o mundo como ele é, mas sim como nós somos. As pessoas respondem à sua experiência, não à realidade em si. Isto quer dizer que não existem duas pessoas iguais que vejam, pensem e processem o que acontece no mundo da mesma forma. Assim, não adianta esperar dos outros que pensem e gostem das mesmas coisas que nós. Entender este pressuposto significa que deixamos de criticar o outro pela maneira como pensa e age e, passamos a mostrar-nos curiosos pela diferença de comportamento em relação ao nosso. Aceitamos o outro e aprendemos com ele, qualquer forma de pensar que possa enriquecer e expandir a nossa visão do mundo.
- Possuímos todos os recursos internos que precisamos para agir de forma efetiva e ter sucesso, ou podemos desenvolvê-los. Todos os seres humanos (em condições saudáveis) já possuem a solução para todos os seus problemas internamente, apenas têm que aprender a ativar esses recursos. Por exemplo: todos nós somos corajosos, mas podemos ter levado uma vida de opressão e já não nos lembramos como é viver com coragem, no entanto, o recurso (capacidade interior) está lá, só precisa ser ativado. Lembra-te que apesar de todas as dificuldades que possas atravessar, possuis a capacidade interna para dar a volta. A alegria, força, coragem, determinação, tranquilidade e paz que precisas já existem dentro de ti. SEMPRE.
- Há sempre uma intenção positiva por trás de qualquer comportamento. Em algum nível, todo o comportamento é (ou foi em algum momento) intencionalmente positivo para a pessoa que exerce o comportamento. Isto quer dizer, que quando estivermos a discordar do comportamento de alguém ou do nosso próprio comportamento, convém lembrar que subconscientemente existe uma intenção positiva para o mesmo. Alguém que grita com o cônjuge, pode ter a intenção positiva de ser ouvido. Ou pode estar tão cansado que precisa mostrar ao outro que não aguenta mais. Uma criança faz uma birra para obter o que quer. Um idoso queixa-se constantemente para receber a atenção e mimo que precisa. Da próxima vez que tiveres tendência a criticar o comportamento de alguém lembra-te de refletir: Qual será a intenção positiva por trás deste comportamento? Esta abordagem permite-nos aumentar o nível de tolerância com as outras pessoas.
- As pessoas fazem sempre a melhor escolha possível. A melhor escolha de uma pessoa é aquela que consegue ter de acordo com as capacidades que possui naquele momento. Este pressuposto deve sempre ser aplicado em conjunto com o anterior. Quantas vezes devido ao cansaço damos uma resposta torta a um ente querido? Ou por não termos sido bem tratados no passado tratamos mal os outros no presente? Ou seja, a melhor escolha de comportamento é aquela que conheço ou aquela que o meu nível mental e emocional permite nesse momento. Se alguém grita, é porque naquele momento devido, a uma série de fatores externos e internos, já não lhe foi possível conversar civilizadamente. Isto pressupões sempre que existe uma intenção positiva para àquele comportamento.
- Não existe erro, não existe fracasso, apenas feedback ou aprendizagem. Todas as experiências do passado servem para nos ensinar. O único grande erro é aquele com o qual não aprendemos nada. Nunca devemos sentir culpa ou arrependimento por decisões do passado que correram menos bem. Estamos sempre em evolução, e tudo o que nos acontece tem um único propósito se estivermos bem conscientes – levar-nos a aprender e evoluir. Então arrisca e não estejas com tanto receio de errar. Sabendo que não existe erro, só podes estar sempre a aprender. É assim que as crianças funcionam, tentam até conseguir. Elimina a palavra fracasso e/ou erro do teu vocabulário e substitui por aprendizagem. Verás a diferença que irá fazer da próxima vez que pensares em arriscar avançar em direção ao que queres.
Desejo que o conhecimento e aplicação quotidiana destes princípios na tua vida, te ajude a encarar os desafios de outra forma, te permita desenvolver melhores estratégias de comunicação e que passes a acreditar mais em ti.
Cristina Gonçalves – Trainer, Coach e Terapêuta em PNL